CULTURA CAIÇARA
A origem do termo caiçara vem do Tupi-Guarani, que denomina caá-içara o homem do litoral. Porém, inicialmente esta palavra era utilizada, por estes povos, para denominar as estacas colocadas à volta das tabas ou aldeias e o curral feito de galhos de árvore fincados na água para cercar o peixe. Com o passar do tempo, passou a ser o nome dado as palhoças construídas nas praias para as canoas e os apetrechos de pesca.
A cultura caiçara é o reflexo de um povo muito trabalhador, alegre, criativo e que possui profunda relação com o seu meio natural. Quando se pensa no povo caiçara logo vem a imagem da canoa e do pescador, e esse é um retrato real da identidade dessa comunidade, pois a pesca sempre foi a garantia da sobrevivência. Os pratos a base de peixe variam do tradicional “azul marinho a tainha na areia”, que é enrolada na folha de bananeira e depois assada num buraco na areia.
As comunidades caiçaras que habitavam a região litorânea constituíam-se de pequenos núcleos familiares, formados através das gerações, e que baseavam seu modo de vida na alternância entre a pesca e a agricultura. O povo caiçara era detentor de um saber natural, um grande conhecimento de pesca, ciclos da lua, plantas medicinais, técnicas de caça, que aplicavam nas atividades cotidianas. Esse modo de vida encurtava os laços com o local e proporcionava uma identidade forte e única, um sentimento de pertencimento. Os saberes da cultura caiçara eram passados de pai para filho, e esse conhecimento perpetua-se até os dias atuais.
Outras características da cultura caiçara que merecem destaque são a música, a religião, o artesanato, a culinária, as lendas e mitos, que ao longo dos anos foram se perdendo. A preservação da cultura garante que as futuras gerações conheçam sua identidade, suas raízes, saibam de onde vieram. É o fortalecimento do sentimento de pertencer àquela cultura, àquela história, é vivificar o elo do passado com o presente. Através desse envolvimento a cultura popular integra a realidade das pessoas que vivem no lugar, fazendo com que passem a ter uma identificação, e ocorra a reintegração dos hábitos e costumes a alma da cidade, mantendo viva toda a história daquele povo.
Diante de tanta tecnologia, parece ser cada vez mais importante manter o vínculo com o passado, com os valores, com a identidade e herança cultural, para ter consciência de seu verdadeiro significado dentro desse mundo globalizado, encontrando o equilíbrio diante da vida moderna. Essa necessidade de se vivenciar algo diferente, pode corroborar com a revitalização de culturas como a caiçara, rica em conhecimento e signos. Ainda é possível promover o resgate dos bens culturais caiçara, promovendo um reencontro com a história, e trazendo para o presente às tradições da culinária, da dança, dos costumes, dos rituais, estabelecendo o envolvimento da comunidade na revitalização do patrimônio.
A comunidade é a verdadeira responsável pelos valores culturais, a cultura pertence à comunidade que produziu os bens que a compõem. Por isso, a recuperação das tradições culturais, e a decisão diante da destinação do bem cultural devem ter a participação da comunidade. A valorização de identidades culturais está na capacidade de estimular a memória das pessoas que estão historicamente inseridas naquele meio, garantido a memória cultural e favorecendo a qualidade de vida daquela comunidade. Preservar a cultura caiçara é um desafio, bem como, manter preservada a diversidade cultural é um atrativo, já que a cultura é um insumo turístico importante.
TRANSFORMANDO O ANTIGO EM NOVO
É possível deixar um móvel antigo com cara de moderno e trazer uma aura de harmonia para o ambiente, a artesã Adriana Oliveira transforma móveis e objetos antigos em novos, através do uso das técnicas de pátina e mosaico.
Formada em Artes Visuais, Adriana dá vida a peças criativas. Envolvida com a cultura, seus símbolos e significados, imprime em sua arte um pouco da raiz local, como nesse mosaico em que retrata a helicônia.
Quer realizar pequenas ou grandes mudanças em sua casa? Entre em contato com a artesã e deixe a imaginação e originalidade criarem um clima harmônico e único em seu lar.
Quer aprender? A artesã dá aulas particulares de mosaico, pátina e pintura em seda. Aproveite e mude o visual de sua casa, com projetos próprios e transforme seu lar criando uma atmosfera aconchegante.
Adriana Oliveira
Telefones: (12) 3832-6036 (12) 9781-2738
e-mail: adriana.mosaico@hotmail.com
Trabalhos apenas sob encomenda
TRADIÇÃO E SABOR
O Restaurante Peixe com Banana tem características que o tornam único, apresenta pratos que representam a culinária caiçara de modo fiel.
Demonstra que é possível aliar às receitas tradicionais um pouco dos gostos atuais, com a releitura de pratos típicos, seguindo as tendências da gastronomia.
A culinária caiçara é rica e cheia de simbologia, e o restaurante retrata essa cultura com propriedade, imprimindo a marca a caiçara.
Mantendo o sabor e primando pela apresentação dos pratos o restaurante tornou-se um ícone da gastronomia de Ubatuba.
Não deixe de saborear o Peixe com Banana. Irresistível!
Ah! E se você pensa que Azul Marinho e Peixe com Banana é o mesmo prato, está enganado. Segundo Ademir, proprietário do restaurante, ambos são ensopados de peixe com banana verde, porém o Azul Marinho é de preparo tradicional, é cozido na panela de ferro ( é esse contato do ferro com o tanino da banana verde que provoca uma reação e faz o prato ficar azul marinho), leva tomate e cebola, já o Peixe com Banana é cozido na panela de barro,tem o molho mais encorpado, leva: molho de tomate fresco, pimentão, tomate e cebola.
Restaurante Peixe com Banana
Endereço: Rua Guarani, 255 - Centro
Fone: 3832-1712
Fotos da Semana:
As fotos do artesanato são da artesã Adriana Oliveira. As do Restaurante Peixe com Banana são do fotógrafo Guilherme Andrade, gentilmente, cedidas pelo Tomé. E as demais fotos do meu amigo Fábio Amaral.
As fotos do artesanato são da artesã Adriana Oliveira. As do Restaurante Peixe com Banana são do fotógrafo Guilherme Andrade, gentilmente, cedidas pelo Tomé. E as demais fotos do meu amigo Fábio Amaral.
Na próxima semana vou tratar sobre “Turismo de massa versus o turismo sustentável”, que pode ser traduzido para o turismo que temos e o que gostaríamos de ter.
O artesanato é bem colorido e alto-astral, no estilo da artesã.
O artesanato é bem colorido e alto-astral, no estilo da artesã.
O restaurante é um dos mais badalados de Ubatuba. Hospitalidade, bom gosto e sabor inconfundível são as marcas da casa, que tem um público fiel e diferenciado.
Respondam a enquete, vou trazer informações sobre a praia mais votada, apontando valores e a que tipo de turista ela se destina.
Outra novidade será a receita de um prato, elaborado por um restaurante, com todas as dicas de preparo, para você fazer em casa.
Obrigada! Uma excelente semana. Continuem participando, mandem sugestões...
